21st Century Breakdown

Crescendo bilíngue, nunca realmente parei pra pensar sobre o assunto. As palavras simplesmente fluem, tanto em uma língua como na outra – ou às vezes de uma terceira, quarta, até quinta (se tudo der certo). Como crianças, tudo é mais fácil, after all; e qualquer lugar que a mãe vai, os rabinhos seguem. A maior parte dos filhos não imagina as repercussões e benefícios até a adolescência, com a vinda de novas oportunidades, colegas de qualquer lugar do mundo (sim, da Argentina a Israel ao Japão), a pressão exercida aos adolescentes sobre faculdades e, obviamente, a internet.

Parte de crescer no século 21, não importa aonde, é a sua presença como um cidadão mundial, e o que poderia ajudar mais do que aprender a língua mais popular no mundo? Noções como identidade andam crescendo mais e mais, se misturando e sendo aceitadas por diferentes grupos sociais, com cujo contato é facilitado através do inglês.

O uso da internet para a minha geração se tornou tanto quanto uma second nature, algo impossível de se viver sem, e a cultura Americana por consequência continua se propagando não importa de onde você seja. Afinal, quem nunca ouviu pelo menos uma música em inglês tocar no rádio? Nós estamos cercados pelo bilinguismo dia após dia sem perceber, e com a globalização, é quase impossível de escapar do contato com outras culturas e línguas.

Um dos maiores perks do bilinguismo no século 21 vem na forma do multiculturalismo, e o acesso que temos, com um piscar dos olhos, de nos comunicar com facilidade com pessoas de diferentes países, aprender suas culturas e criar nosso próprio senso de identidade baseado em tais interações – um princípio tão fundamental, que aprendemos em sociologia no ensino médio. Crescer com toda a informação na ponta do seu dedinho é uma das maiores blessings que poderia pedir, e sou grata todos os dias pelas oportunidades que tenho. I wouldn’t have it any other way.

Sobre bloqueio em aprender outras línguas

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Muitos adultos se frustraram em suas tentativas de aprender outra língua e até passaram a acreditar que “não levam jeito para aprender línguas”. Há pessoas que perderam excelentes oportunidades no trabalho ou na vida acadêmica por não serem fluentes em outra língua, e por isso pensam que ser bilíngue é algo muito difícil, quase impossível, o que não é verdade.

Muitas razões podem ter levado alguém a se sentir incapaz de aprender outra língua. Alguns exemplos são:

  • Experiências negativas na escola, causadas por um método equivocado de ensino, por um professor despreparado ou por falta de engajamento do próprio aluno;
  • Medo de errar e de se expor, principalmente quando adolescente ou adulto. Esse medo é ainda mais forte em pessoas com baixa auto-estima ou para aqueles que estão habituados a liderar e se destacar em outras áreas, mas não tem uma inclinação natural por outras línguas;
  • Influências negativas de outras pessoas que, ao não obter sucesso em seu aprendizado, transmitiram uma visão negativa sobre as línguas;
  • Falta de disponibilidade de tempo, de dinheiro ou de desejo, que faz com que a tarefa de aprender outras línguas seja vista como um fardo, uma obrigação, ou algo inatingível.

Mas é possível desconstruir essa visão de línguas como difíceis ou inacessíveis. Você precisa saber que a grande maioria dos habitantes desse planeta é bilíngue ou multilíngue, e que em muitos países é normal e comum as crianças, desde bem pequenas, já terem contato com duas ou mais línguas, tanto na escola quanto em outros espaços.

Também é importante você saber que nós, seres humanos, nascemos preparados para aprender qualquer língua, e que esse aprendizado depende mais da oportunidade do que do talento individual. Acredite: se você foi capaz de aprender sua língua materna é igualmente capaz de aprender uma outra língua!

Então, se você se identificou até aqui e sente que, sem querer, criou algum bloqueio contra uma língua que está te impedindo de aprendê-la, siga as dicas abaixo. Elas têm o objetivo de te ajudar a construir uma visão positiva e leve da língua alvo, para que você aos poucos vá “se desarmando” e criando familiaridade com esta língua, o que vai te ajudar a aprendê-la:

  1. Você gosta de música? Que tal ouvir músicas naquela língua? No começo você pode ouvir apenas como entretenimento, para se acostumar com os sons da língua. Depois pode procurar acompanhar a letra escrita enquanto ouve a música, passando a memorizá-la e cantar junto. Isso vai ajudar a desenvolver sua compreensão auditiva (listening) e sua pronúncia (speaking). Conforme seu interesse aumenta, pode querer entender o significado da música como um todo, procurando traduções ou tentando traduzir você mesmo. Após essas etapas está pronto para investir na ampliação do vocabulário, escolhendo palavras e expressões que deseja memorizar e passar a usar na sua vida.
  2. Se você curte filmes, que tal sessões do seu filme favorito na segunda língua? No começo você pôe a legenda em português, depois passa para a legenda na língua original e… o maior desafio: assistir sem legenda. Sim, você já percebeu que isso vai desenvolver sua compreensão e ampliar seu vocabulário também. Nada melhor do que aprender com algo que você gosta!
  3.  Pronto para a próxima dica? A leitura dos livros na língua-alvo é um ótimo desafio! Você pode começar com versões adaptadas de clássicos, que existem até em quadrinhos, e conforme ganha mais vocabulário, avançar para obras originais. Se você lê em livro impresso pode colocar post-its com explicações de palavras ou expressões novas, e se lê num tablet pode clicar sobre a palavra e abri-la no Google, onde terá traduçôes e exemplos para ajudar sua compreensçao. Não desanime com o tempo que vai levar para ler o livro: pense no orgulho de ler uma obra original! Para comprar livros em outras línguas sugiro a Disal e a SBS, que vendem também pela internet.
  4. A internet tem muitos recursos gratuitos para você se aperfeiçoar. A dica agora são os canais do Youtube para aprender línguas. Você vai encontrar de tudo, e até praticar sua pronúncia com atividades de repetição de expressões orais.
  5. E o prêmio de todo esse esforço: uma viagem para passar um tempo em algum lugar onde as pessoas falem a língua alvo. Nada como uma experiência de imersão na língua e na cultura de um povo! Se a verba estiver curta e a viagem tiver que esperar, há muitos voluntários disponíveis para falar com você por Skype! Você aprende línguas e ganha amigos no mundo todo! Expeimente o E-pals, por exemplo: https://www.epals.com/#/connections

Com certeza seguindo essas dicas você vai aprender outras línguas de um jeito muito prazeroso, leve e interessante! Boa sorte!

Resenha: St Nicholas School em Alphaville, SP

Alphaville, um bairro planejado que começou a ser construído na década de 80, acabou se tornando uma região de classe média alta e alta que concentra cerca de 50 mil pessoas em seus residenciais e edifícios. Uma das escolas que vieram compor o tecido deste bairro é o St Nicholas, existente em Pinheiros há 35 anos, que inaugurou em julho sua segunda unidade.

O St Nicholas é uma escola britânica, de período semi-integral, que atende crianças a partir de 18 meses (no Tiny Tots 1). Este ano foram abertas turmas até o 1o ano, e a escola deve crescer gradualmente conforme a procura da comunidade.

O que mais impressiona na visita à unidade é a enormidade do espaço, colorido, envidraçado e cercado de verde. As salas de aula são grandes e equipadas com materiais nacionais e importados, inclusive livros em inglês e português. Além da área interna da sala de aula, organizada em diferentes espaços de aprendizagem, há para cada sala uma área aberta para os pátios, coberta com pergolado e vidro, que conta com pias e mesas para atividades artísticas.

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Embora o espaço, sendo concreto e material, seja o primeiro ponto a chamar a atenção, o projeto pedagógico da escola é fundamental: a partir da filosofia do IB (International Baccalaureatte), que já reconhece o St Nicholas Pinheiros como escola internacional e confere um diploma aceito em mais de 140 países para acesso à universidade, a escola se compromete com uma formação acadêmica de excelência para os alunos que a compõe. Futuramente a unidade Alphaville também buscará a certificação do IB. Além deste currículo, a escola também oferece o currículo brasileiro e, no Ensino Fundamental II, o IGCSE, da Cambridge.

Os alunos na St Nicholas são vistos como seres únicos e singulares, tendo suas características e necessidades consideradas por todo o tempo, de forma que o currículo é personalizado e diferenciado para promover aprendizagem por todos os alunos. O compromisso da escola com o bem do aluno cria uma relação de parceria, confiança e apoio mútuo, e a comunidade escolar se torna, verdadeiramente, uma comunidade de aprendizagem. Por isso o respeito, a cooperação, a solidariedade, a responsabilidade e a autonomia são valores de toda a comunidade escolar que acolhe, integra, apóia e promove o crescimento de todos na escola.

O time de professores é experiente e bem formado, e tem na formação continuada a garantia de atualização e aperfeiçoamento constantes. Motivados e engajados com o processo de ensino-aprendizagem, os professores conhecem bem cada aluno e garantem a qualidade das experiências de aprendizagem vividas no dia-a-dia.

As tecnologias estão presentes na escola da mesma forma que na vida dos alunos: de forma natural, fazendo parte das atividades escolares como ferramentas de aprendizado e diversão.

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O St Nicholas Alphaville tem parques, quadras, biblioteca multilíngue, salas de aula com dois ambientes, cozinha experimental e salas de atividades específicas. As crianças circulam pelos espaços integrados com autonomia, explorando todas as possibilidades de brincar e aprender, usando para isso o inglês e o português. Ao longo dos anos de escolaridade as crianças aprendem os conteúdos acadêmicos, desenvolvem um perfil de estudantes autônomos, críticos e cooperativos e constroem uma mentalidade internacional e uma cidadania global que lhes prepara para interagir com pessoas de todo o mundo e fazer diferença positiva na sociedade.

St Nicholas Alphaville
Av. Honório Álvares Penteado, 5463  – Tamboré – Santana de Parnaíba (SP) – Brazil
Telefones: +(11) 3465-9658  e (11) 3465-9697

O que é uma escola internacional?

Educação Bilíngue no Brasil

Existe muita confusão sobre o que é uma escola internacional e o que é uma escola bilíngue. Por isso, esse post vem esclarecer algumas dúvidas comuns de pais e de professores que ainda não tiveram experiência nessas escolas.

As escolas internacionais surgiram, inicialmente, a partir de comunidades de imigrantes e de expatriados que procuravam dar uma educação a seus filhos que não falavam a língua do novo país. Lembremos que no final do século XIX e início do século XX o Brasil recebeu milhares de imigrantes, principalmente de origem italiana, japonesa e alemã, que vinham para substituir os trabalhadores que tinham sido escravizados por três séculos. Foram construídas enormes hospedarias para receber os recém-chegados, como vemos no Museu do Imigrante em São Paulo (Dica: Vale a visita!)

Muitas comunidades se formaram em cidades e bairros como o Bom Retiro e o Brás, em São Paulo, com a construção de um…

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Welcome! Bem vindo ao Bilinguinhos!

Este blog foi criado para reunir mães e pais de crianças bilíngues. Aqui vamos trazer informações de especialistas sobre o desenvolvimento das crianças, principalmente no que se refere à linguagem e às línguas, além de acolher e orientar famílias que tenham dúvidas sobre como criar crianças bilíngues.

Não deixe de participar! Seus comentários nos ajudam a fazer um blog mais interessante e útil para você!

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O que é uma escola bilíngue?

 

Group of happy multiracial school children reading books
Dicas para escolher uma escola para seu filho

Nesta época do ano é comum que os pais comecem a procurar escolas para os filhos e sintam falta de parâmetros objetivos em que basear sua escolha. Além dos muitos pontos a serem considerados na escolha de uma escola em geral, uma questão importante para os que procuram escolas bilíngues tem a ver com sua definição. Afinal, o que é (e como escolher) uma escola bilíngue?

O objetivo deste post é responder algumas das muitas perguntas que recebo nesse sentido e dar bases para os pais fazerem boas escolhas e para a s escolas se adaptarem ao que, de fato, é uma escola bilíngue.

1) Definição:
Uma escola bilíngue se organiza, em todos os níveis, para proporcionar aos seus alunos as competências necessárias para usar duas ou mais línguas em situações acadêmicas e sociais. Por isso, uma escola bilíngue ensina por meio das línguas e não apenas as línguas, sendo essa a principal diferença em relação a escolas de idiomas. Isso significa que os alunos não tem apenas aulas DE inglês, francês, espanhol, libras ou línguas indígenas, mas tem, principalmente, aulas de diversas matérias EM inglês, francês, espanhol, coreano, libras, línguas indígenas ou qualquer outra.

2) Carga horária:
Todas as escolas brasileiras devem obedecer as determinações da Lei de Diretrizes e Bases da Educação, além de determinações do MEC e dos conselhos estaduais de educação. Essas normas definem, por exemplo, a carga horária mínima, os 200 dias letivos, os parâmetros curriculares nacionais, etc. Isso deve ser feito na língua oficial do país, o português. Para dar conta de acrescentar conteúdos curriculares em uma segunda língua as escolas precisam ampliar a carga horária. O recomendável é que pelo menos 3 horas por dia sejam dedicadas ao ensino na segunda língua. Por isso as escolas bilíngues precisam funcionar em período integral ou semi-integral, garantindo ao aluno tempo para estudo nas duas línguas.

3) Ambiente:
As escolas bilíngues trazem as línguas para a vida do aluno em sua forma falada e em sua forma escrita. Por isso, circulando por escolas bilíngues você verá cartazes, folhetos, trabalhos de alunos, legendas e todo tipo de comunicação nas várias línguas presentes na escola. O aluno aprende assim, cercado de línguas por todos os lados, como de fato acontece no mundo.

4) Metodologia:
Para aprender línguas é preciso tempo, dedicação e metodologia adequada. Por isso as escolas precisam inovar: não adianta o professor falar o tempo todo, o aluno precisa falar também: em seminários, trabalhos em grupo, conversas individuais com professores, etc. O material didático não é o curso, é apenas um recurso para apoiar o aprendizado, e deve ser completado com outros materiais: livros de literatura, filmes, jogos, sites, músicas, e tudo o que contribuir para que os alunos aprendam os conteúdos curriculares usando as línguas de forma significativa e não como “decoreba”. Haverá momentos específicos de pensar sobre as línguas (assim como há aulas de Português em qualquer escola brasileira), para que os alunos possam aprender questões mais específicas sobre a forma: a gramática, a ortografia, o vocabulário, etc. Mas não pode ser só isso.

5) Professores:
Os professores que trabalham na língua materna (L1) não têm a obrigação de falar a segunda língua (L2), é claro. Mas os professores da L2 sim, pois essa será sua forma de comunicação com os alunos. Quanto maior a proficiência do professor, melhor para o aluno, pois ele aprenderá as formas mais convencionais da língua. Não é preciso que os professores sejam estrangeiros, é claro. Por mais que a convivência com pessoas de outros países seja bem-vinda e recomendável – sejam eles alunos ou professores – isso não é um pré-requisito para a contratação de professores, já que a competência não tem nada a ver com a nacionalidade.

6) Demais funcionários:
Ouve-se absurdos como “se a escola é bilíngue até o porteiro deve falar inglês”. Como dizem por aí: Hello! Acorda!
Seria maravilhoso se todos no Brasil pudessem ter acesso ao aprendizado de várias línguas em todas as escolas, não é? Mas você sabe, por sua própria experiência como aluno, que isso não acontece. Cobrar isso é uma grande bobagem. Cada um deve ser bom no que faz. A diretora é a gestora da escola, deve saber dirigi-la, o que já é suficientemente difícil. Se ela falar inglês, tudo bem, mas isso não é exigência para o cargo. O mesmo vale para todos os funcionários da escola, exceto aqueles que trabalham especificamente com o ensino em L2, é claro.

7) Internacionalização:
É altamente recomendável que as escolas bilíngues criem oportunidades para que seus alunos interajam com o mundo, o que, graças à tecnologia, pode ser feito de forma gratuita usando qualquer computador, celular ou outro equipamento. Há escolas que promovem intercâmbios virtuais ou presenciais com outros alunos no Brasil e em outros países. Isso é um ganho enorme para o aluno, pois cria oportunidade de usar aquela língua em contextos significativos e reais, aprendendo seu uso de verdade, não apenas livresco.

Esperamos que essas diretrizes auxiliem pais na procura de uma boa escola e escolas interessadas em ajustar-se ao que, de fato, é educação bilíngue de qualidade.

(Este post foi originalmente publicado em http://www.educacaobilingue.com)